Acabo de ver fotos de um senhor abraçado e a tomar banho com um urso polar, espécie que se encontra vulnerável na escala que a Red List da IUCN e que situa as espécies em relação ao quão ameaçadas de extinção estão, ora esta notícia fez-me reflectir - Urso polar - IUCN red list
O Homem sempre domesticou animais e foi em tempos parte da chave para a sua sobrevivência, agora à luz do conhecimento actual, temos o direito para querer ter tigres em casa, como se de um gatinho grande se tratasse, como acontece nos EUA?
Hoje em dia os americanos têm mais tigres em casa do que existe em todo o planeta, no habitat natural e aqui para além da ética, levantam-se questões sérias de conservação, já que estes animais muitas das vezes enquanto pets, são cruzadas subespécies diferentes, é de notar que os tigres estão ameaçados de extinção e ao cruzarmos diferentes subespécies não estamos a conservar, mas sim a criar novos indivíduos, para serem vendidos e mantidos como pets, já para não falar dos famosos ligres.
Mas ainda em relação à domesticação versus a foto do urso polar em casa, às vezes questiono-me porque é que se considera magnífico que um homem que vive lado a lado com um tigre ou com um leão, ou qualquer outro animal selvagem, numa tentativa de domesticação que ora corre bem, ora corre mal.
E pergunto não será muito mais magnífico, vê-los no seu habitat natural? Isto era o mais maravilhoso de tudo, mas hoje as ameaças são tantas que muitos animais apenas vão continuar a existir apenas longe das ameaças, ou seja em organizações creditadas, onde hoje já os podemos ver (zoo, parques zoológicos) com parâmetros de bem-estar e de organizações internacionais, como a EAZA ou a WAZA, que se preocupam com a manutenção dos comportamentos naturais dos animais, assim como realizando programas de reprodução que são pensados e em que se procura manter a variabilidade genéticas dos animais em questão. Isto pode parecer derrotista ou catastrofista, os animais só vão poder sobreviver ao cuidado humano? O mesmo Homem que os levou à situação de extinção que hoje vivem. Deixo aqui claro que acredito e defendo a conservação in situ, ou seja no habitat natural, mas também sei a importância que a conservação ex situ, ou seja fora do habitat natural, seja em zoos ou centro de recuperação, tem e vai ter para a preservação das espécies.
E os animais que já estão "domesticados", que se faz? Aos que coexistiriam com o Homem, porque foram criados ao cuidado humano ou porque algo na sua história de vida os mudou, ficariam com o Homem, mas em santuários e não como pets, para mim é crucial respeitar a biologia e a natureza inata dos maravilhosos seres com quem partilhamos este mundo que é tão deles como nosso, mas que insistimos em que seja apenas nosso e apenas deles quando assim o deixamos ser.
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